O Festival de Inverno UFOP 2023 recebeu André Trigueiro, jornalista, professor de Geopolítica Ambiental e Jornalismo Ambiental, escritor, repórter da TV Globo e da Globo News e autor de vários livros, entre eles "Viver é a melhor opção: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo" e "Cidades e Soluções: como construir uma sociedade sustentável".
A primeira palestra foi na noite de quarta (26), com abordagem sobre saúde mental e acolhimento. Assista à gravação:
Na segunda palestra, realizada na manhã de quinta (27), foram levantadas questões e soluções relacionadas aos problemas ambientais no Brasil e no mundo. O jornalista falou da importância do cumprimento do Acordo de Paris, assinado por 196 países, que possui o objetivo central de reduzir a emissão dos gases do efeito estufa e fortalecer o desenvolvimento sustentável. Abordou, ainda, o assunto do degelo marinho recorde na Antártida e alertou para a importância do gelo daquela região, que reflete a quantidade certa de energia solar de volta ao espaço para não aquecer a Terra. Também alertou sobre a guerra dos combustíveis fósseis que contribuem com a emissão de gases poluentes na atmosfera.
Trigueiro ainda comentou sobre os malefícios dos lixões a céu aberto, responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, um deles o metano (CH4), e sobre a necessidade de mudança para aterros sanitários controlados e estruturados. Além disso, traçou um panorama do cenário dos catadores de lixo do Brasil, que ficam expostos à contaminação e muitas vezes trabalham de forma indigna. Trigueiro citou a importância de haver mais entidades como as Cáritas, que assessoram grupos informais na formação de cooperativas e associações, como a dos catadores de materiais recicláveis, a fim de valorizar esses sujeitos.
Quando perguntado sobre formas alternativas de energia para abandonar o fóssil, frisou que "o Brasil é uma potência na produção de energia eólica", já que, desde 2021, o país ocupa a sexta posição no ranking mundial em capacidade instalada de energia eólica. Já em energia solar, este ano é o primeiro em que o país figura entre os dez maiores produtores, ocupando a oitava posição.
Para o mundo caminhar em direção à sustentabilidade, André destacou a urgência de mudanças no sistema que considera "falido" por causa da degradação e destruição das riquezas naturais. "Todos sabem que não é simples reformular toda a cultura do consumismo visando o lucro acima de tudo. Há caminhos. O investimento em estudos, pesquisas, universidades e nos jovens, portas de entrada para que humano e natureza possam coexistir de forma harmônica", assinalou.
Assista à segunda palestra:
Texto: Yan Ribeiro e Patrícia Pereira