Esse ano, entre os dias 24 e 29 de julho, no Festival de Inverno UFOP 2023, ocorreu a sexta edição da Semana AFROFeminista, que é realizada pelo coletivo NINFEIAS.
O evento homenageia o Dia da Mulher Negra, Latino americana e Caribenha. Cada ano é escolhido uma personalidade de destaque, a desse ano foi Dona Efigênia Carabina. Nascida em Ouro Preto, Efigênia foi poeta, musicista, ativista do movimento negro e de causas culturais da cidade, sinônimo de força da mulher negra.
Durante os seis dias aconteceram diversas atividades. Dia 24 ocorreu a oficina: pensamento práticas preto-po-éticas de desfazer estereótipos, com Dani dos Anjos e Keila Assis, que trabalharam com as participantes formas diferentes de pensar seus corpos e desfazer certos estereótipos. Também teve, Abertura mostra visualidades: exposição “Njánji” por Dani dos Anjos, a obra é constituída através de pesquisas sobre a construção da identidade da mulher negra. E o dia terminou com o show "O Povo de Lá" de Letícia Afonso.
Dia 25, houve Intervenção Poética em homenagem à Efigênia Carabina com Nívea Sabino. A poeta e autora do livro Interiorana, tocou o público com seus poemas que tangem o racismo, a opressão e outras pautas sociais. Logo em seguida, começou o cortejo com Bateria Carabina e Coletivo Rosa Negra que agitou geral do Largo do Cinema até o Largo da Alegria. Por fim, ocorreu bate papo e noite de autógrafos com Soraya Martins autora de Teatralidades-aquilombamento: várias formas de pensar-ser-estar em cena e no mundo.
No terceiro dia, realizou-se a ação performática: Dizem que a água purifica, mas as manchas nunca saem com Ana Cláudia Miguel, que saiu da fonte de água em frente a feirinha de pedra e sabão e foi até a Praça Tiradentes. E à noite, no Centro de Artes e Convenções da UFOP teve Mostra de vídeo performances negras, Blues em Preto e Branco e Ebó para trançar quem sou, foram alguns dos nomes das performances que possuem a mulher negra figura principal.
Dia 27, ocorreu a oficina "Bufonaria - é tudo jogo!" da atriz, performer e diretora teatral, Joyce Malta. Nessa atividade as participantes exploraram a bufonaria para trabalhar corpos grotescos que possam ser lugares de denúncia e possibilidades interventivas utilizadas na rua. E também teve mais Mostra de vídeo performance negra no Centro de Convenções.
O penúltimo dia começou seguido por duas oficinas, de Bufonaria e logo após, "Discotecagem e Produção Cultural" com BRONKA, feito por e para mulheres e pessoas LGBTQIAP+. A atividade foi uma introdução de fundamentos e técnicas de mixagem, apresentação de equipamentos e o compartilhamento de vivências pelas DJs. E para finalizar o dia, teve o espetáculo "Mulher que bufa" de Joyce Malta.
Já o último dia de atividades da semana AFROFeminista foi recheado de atividades. De início, a professora e pesquisadora de canto, formada pela UFOP, Letícia Afonso realizou a Oficina "A sabedoria Ancestral Negra: Tu és maravilhosa", onde as participantes levaram instrumentos musicais de sua essência e contou com as sabedorias das Filosofias Africanas. Em seguida, entram em ação novamente as oficinas de Discotecagem e Produção Cultural e Bufonaria - é tudo um jogo. E para finalizar com chave de ouro, a festa de encerramento teve ‘‘AfroLatinas’’ com as presenças de DJOTA, BRONKA e SHAITEMI DJ, que ‘‘botaram pra quebrar".
Texto: Yan Ribeiro